A Fascinante História do Tricô: Uma Jornada Através dos Séculos

Origens e Primeiros Registros
O tricô é definido como o processo de entrelaçar fios contínuos, criando peças através de laços interconectados, feitos manualmente com agulhas ou em máquinas específicas. Embora sua origem exata seja incerta, os primeiros vestígios dessa arte remontam ao período entre os séculos III e V d.C.
No Velho Mundo, os itens de malha mais antigos foram encontrados em escavações no Egito, datando dos séculos IV e V d.C. Já no Novo Mundo, no Peru, há registros de peças tricô do século III d.C. Infelizmente, como os tecidos são frágeis e se deterioram ao longo do tempo, é difícil precisar exatamente quando essa técnica surgiu.
O autor Pierre-Édouard Frère morreu em 1886, portanto esta obra é de domínio público em seu país de origem e em outros países e áreas onde o prazo de proteção dos direitos autorais é a vida do autor mais 100 anos ou menos .
Tricô na História e na Cultura
Uma das primeiras representações visuais do tricô foi encontrada no túmulo de Amenemhet, em Beni Hasan, onde uma pintura mural do século XIX a.C. retrata figuras femininas vestindo algo semelhante a jaquetas tricotadas.
Outro achado significativo vem do palácio de Senaqueribe, na antiga Nínive, onde um relevo exibe um guerreiro usando meias muito semelhantes às que conhecemos hoje. Essas peças estão preservadas em museus de Berlim e Londres.
Curiosamente, antigas pinturas gregas mostram nobres troianos vestindo calças justas semelhantes às atuais leggings, um indício de que o tricô pode ter sido praticado muito antes do que os registros arqueológicos confirmam. Entretanto, essas teorias ainda são debatidas pelos especialistas.
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A Expansão do Tricô pelo Mundo
A arte do tricô se espalhou pela Europa durante as campanhas normandas nos séculos XII e XIII, possivelmente trazida pelos árabes. A técnica ganhou força na Espanha, Itália, França, Inglaterra, Escócia, Alemanha e nos países bálticos, tornando-se extremamente popular entre a nobreza dos séculos XV e XVI, principalmente na confecção de meias finas e sofisticadas.
Com o tempo, o tricô expandiu-se para diversas peças de vestuário, impulsionando o desenvolvimento das primeiras máquinas de tricô. Contudo, foi apenas no século XIX que a tricô industrial atingiu seu auge, sem, no entanto, substituir o tricô manual, que permanece valorizado até hoje.
Na Rússia e nos países escandinavos, o tricô também desempenhou um papel essencial, ajudando a enfrentar os rigorosos invernos. O clima extremo incentivou a criação de peças robustas e detalhadas, tornando o tricô uma tradição profundamente enraizada nessas culturas.
Tricô em Tempos de Guerra: Criatividade e Resistência na Segunda Guerra Mundial
Além de garantir roupas quentes para as famílias, os britânicos tricotavam para os soldados na linha de frente. Moldes oficiais foram distribuídos para a confecção de suéteres, meias e gorros destinados ao exército e à marinha. Esse movimento não só ajudava na proteção contra o frio intenso, mas também simbolizava um vínculo afetivo entre aqueles que lutavam e aqueles que resistiam em casa.
O tricô, mais uma vez, provou ser um símbolo de união, criatividade e esperança, mostrando que até mesmo os fios mais simples podem tecer histórias de coragem.
Tricotar: Uma Arte que Resiste ao Tempo
Apesar de sua longa trajetória, o tricô continua relevante, sendo tanto um passatempo relaxante quanto uma forma de moda e expressão pessoal. Com técnicas tradicionais sendo aprimoradas por novas gerações, essa arte manual mantém seu encanto e versatilidade.
E então, que tal resgatar essa tradição e tricotar juntos? Afinal, tricô é mais do que um simples artesanato – é história, cultura e, acima de tudo, paixão!